“Contar com uma ferrovia funcional e que, por um preço justo, transporte as riquezas do Oeste e também de outras regiões ao Porto de Paranaguá, a janela do Estado para o mundo, é uma das antigas aspirações da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (ACIC)”, afirmou Leopoldo Nestor Furlan, presidente da entidade, que recebeu nessa quinta-feira à noite o presidente da Ferroeste, João Vicente Bresolin Araujo, na reunião empresarial na sede da associação, em Cascavel (ACIC). Para Furlan, essa é uma das mais antigas lutas de uma entidade fundada há 60 anos com a proposta de defender os interesses da livre iniciativa e também de trabalhar em favor das grandes causas do Oeste. Segundo ele, diretores, associados e colaboradores da ACIC receberam com entusiasmo a informação da indicação e posse de Bresolin Araujo para a presidência da Ferroeste. Conforme a entidade, presidir a Ferroeste é, acima de tudo, uma grande responsabilidade, “principalmente em um momento tão importante no processo de discussão para a superação de antigos gargalos e de sua extensão ao Mato Grosso do Sul”, afirmou o presidente da ACIC. Nesta rodada de encontros com dirigentes, Bresolin Araujo esteve em Medianeira, na Cooperativa Agroindustrial Lar, visitou a Globoaves, em Cascavel, e, em Cafelândia, visitou a Copacol (Cooperativa Agroindustrial Consolata). As reuniões técnicas visam contatos de negócios e estreitamento de relacionamento da empresa com lideranças regionais. Nesta sexta-feira (23), a partir das 19h30, o executivo da Ferroeste participa do “1º Congresso da Caciopar”, realizado pela Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná (Caciopar), com o apoio da Associação Comercial de Guaíra (Aciag), no Centro Náutico de Guaíra. Ferroeste priorizará operação entre Cascavel e Guarapuava Crédito: César Machado/Vale Press Sex, 23 de Novembro de 2012 09:33 Depois de chegar à conclusão de que a América Latina Logística não tem mesmo interesse em atender o Oeste do Paraná, a nova diretoria da Ferroeste decidiu mudar de tática para fortalecer os indicadores da empresa. O compromisso para 2013 será priorizar o transporte ferroviário no trecho em que ela tem autonomia de concessão, entre Cascavel e Guarapuava, informou quinta à noite durante encontro com líderes empresariais na Acic o presidente da Ferroeste, João Vicente Bresolin Araújo. A mudança de foco segue um trabalho iniciado pelo ex-presidente da estatal, Maurício Theodoro, que durante sua passagem pela empresa investiu na substituição de trilhos e dormentes com defeito. A manutenção da ferrovia, que tem 20 anos de uso, permitiu reduzir o percurso entre Cascavel e Guarapuava de 16 para 9 horas. Com outros reparos adicionais, a exemplo das passagens de nível, a ferrovia tem condições de operar com capacidade de transporte muito superior à atual. Como a ALL, que detém boa parte das concessões ferroviárias do Estado, tem maior interesse em outros trechos, a falta de vagões para cumprir o percurso entre Guarapuava e Porto de Paranaguá limitou e muito o potencial transportador da Ferroeste. Isso explica porque a empresa, que já chegou a transportar 1,9 milhão de toneladas em um ano em 2011 e 2012 fechará com apenas 800 mil toneladas por exercício. Esse déficit é sentido também nas contas da empresa, que a cada mês vê seu prejuízo aumentar. "Precisamos trabalhar com independência, sem a ALL, para que voltemos a ter lucro e eficiência", segundo João Vicente. A nova diretoria da Ferroeste amplia o diálogo com possíveis parceiros para atuar no sistema de priorização do trecho de 248 quilômetros entre Cascavel e Guarapuava. A ideia é receber cargas, por caminhão, nas duas pontas. Depois de locomovidas pela ferrovia elas seguirão, se o destino for o porto, por exemplo, novamente de caminhão. A vantagem do processo será a redução de custo de frete que a empresa passará a oferecer, que é e deveria sempre ter sido uma das missões primeiras da Ferroeste, conforme João Vicente, animado com as possibilidades que essa mudança trará principalmente ao caixa da empresa. No azul A operacionalização da ferrovia sem depender da ALL reforçará as finanças e então haverá a possibilidade de investir em mais locomotivas e vagões, segundo o presidente. A ampliação do equipamento rodante virá também por meio de outra ação em curso. A permissão de uso de uma área de 40 hectares no terminal da Ferroeste, em Cascavel, injetará R$ 6 milhões aos cofres da empresa. A oferta de oito lotes depende apenas do vencimento de etapas burocráticas para a licitação. A concessão inicial de 25 anos é para quatro lotes para abrigar estruturas graneleiras, três para combustíveis e uma para containeres. Entroncamento O ex-presidente da Ferroeste, Maurício Theodoro, que também participou da reunião com empresários na Acic, disse que em cerca de dez anos Cascavel terá o maior entroncamento ferroviário do País, empreendimento que fortalecerá e muito a economia de toda a região. O status será alcançado a partir de duas grandes obras, da nova linha férrea entre Cascavel e Paranaguá, anunciada dias atrás pelo presidente da Empresa de Planejamento Logístico, Bernardo Figueiredo, e pela Norte-Sul, um projeto do governo federal que quer estender a ferrovia até o Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Juntas, poderão movimentar em Cascavel 65 milhões de toneladas por ano. O atual traçado em Guarapuava e Paranaguá tem mais de cem anos e permite, em função de curvas e aclives, velocidades médias das composições de 15 quilômetros por ano. Com a nova ferrovia, a velocidade poderá chegar a 110 quilômetros por hora, com média mínima de 60. A previsão de investimento na adequação do trecho entre Cascavel e Guarapuava e na construção de um novo percurso entre Guarapuava e Paranaguá é de R$ 6 bilhões, que deverá ser custeado por uma parceria público-privada. A previsão, vencidas as etapas técnicas e licitação, é que essa obra possa ser iniciada em 2014 e finalizada quatro anos depois. Legenda: Líderes empresariais também tiveram a oportunidade de tirar dúvidas sobre funcionamento da ferrovia